quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Parte 2 - Rua das Mangas - Não consigo esquecer, foi lindo!

Quando cheguei naquela congregação, eram pouco mais de trinta pessoas, simples e de corações puros e sinceros. Logo me enturmei com o pessoal do louvor: Aparecida (guitarra e voz), Idenilton (Batera e baixo), Nildinho vocal (''in memoriam''), e minha irmãzinha de coração, Andrezza, no órgão. Ah! Aquele órgão tinha um som tão gostoso, som de saudade, som da pátria, Sião (Rsss). Eu, que já sentia um paixão pela bateria, logo assumi o instrumento e me tornei o batera da então Congregação Ebenezer. Idenilton com certeza gostou, pois ficou de vez no contra baixo. Foi uma época de muita singeleza no viver; tínhamos verdadeira paixão, não havia nenhum tipo de tecnologia de ponta, nem em periféricos, muito menos em microfones ou instrumentos, caixas amplificadas, pelo contrário, era praticamente acústico, até porque nosso espaço era pequeno e modesto. Mas como falei, éramos muito apaixonados, saíamos sempre às ruas, fazíamos cultos ao ar livre, íamos nas casas dos irmãos e cantávamos aquelas canções que embalavam o final dos anos 80 e inicio dos anos 90, canções como ''quem é Deus acima do Senhor'', ''quem pode livrar como o Senhor'', ''Deus forte como Jeová'' e por ai vai.

GUTO

Não me lembro dos detalhes, da data em que ele entrou em nossas vidas, mas Carlos Augusto Pralon (''In memoriam'') ou simplesmente Guto, foi um cara que viveu pouco tempo, porém viveu intensamente a vida de Deus em sua vida, me fazendo lembrar sempre da canção do Adhemar de Campos; ''Que bom é tua vida em minha vida''. Ele foi quem deu uma virada em nosso ministério de louvor; não tocando ou cantando, mas ele tinha uma visão muito à frente do seu tempo. Com muita força de vontade e até com recursos próprios, mesmo sem entender muito de sonorização ou sonoplastia, ele conseguiu dar um ''UP'' em nosso som; ele deu uma verdadeira guinada em nosso ministério. Me lembro que em uma de nossas conversas, ele um visionário, me disse certa vez: ''Elifas, meu sonho é algum dia nos reunirmos todos em um ônibus, juntar os instrumentos e sairmos por esse mundo afora cantando e pregando o amor de Deus...''. Ele com certeza morreu acreditando no projeto de amor de Deus para a humanidade, e a semente que ele ajudou a espalhar já germinou e deu frutos e mais frutos.
Quem viveu essa época conosco certamente se lembra da grife Ágape Peace Wear, criada por ele, um dos pioneiros também nessa área de moda para esse meio ''gospel''. No congresso Aliança 95 em Barracão de Petrópolis, o Ágape em peso vestiu APW, foi mais um momento lindo relacionado ao nosso Guto. Aquilo que conquistamos durante todos esses anos não se traduz em riquezas terrestres, mas sim em vidas, em almas, em memórias e histórias de vidas transformadas de todas as formas possíveis. O ágape sempre foi uma igreja com muita musicalidade em seu DNA, e Carlos Pralon foi uma das primeiras pessoas a ter esse feeling e acreditar e a comprar a ideia.
O Carlos Pralon teve tanta influência em minha vida que dei ao meu primeiro filho o nome de Gutto, uma forma de homenagear meu amigo Carlos Augusto Pralon. Quero aqui deixar meu carinho especial à linda família que ele formou, sua esposa Neia, e suas filhas Tamy e Aimme.

Continua...

segunda-feira, 4 de março de 2013

Parte 1 - Rua das Mangas

Para começar a entrar direto nesta história, acho fundamental uma breve introdução.
Essa foto ao lado foi tirada alguns meses antes de eu conhecer a Rua das Mangas. Não fazia ideia das deliciosas surpresas que Deus estava preparando para mim, estava embriagado do mundo que, naquela época, 1989, se descortinava, tão divertido e ao mesmo tempo tão desesperançoso. Um ano, aproximadamente, foi esse período que eu fiquei afastado, não de Deus, mas da comunhão com o corpo, a Igreja.
Saí da minha cidade, Teixeira de Freitas, com 19 anos, já estava com emprego certo na Farmácia Xavier em Campo Grande, aos cuidados do Sr. Baltazar (gravem este nome).
Em Campo Grande por um período de um mês aproximadamente, fiquei morando com meus tios Raimundo e Carminha, depois fui transferido para a filial de Vila Velha, foi ai que comecei a viver um período turbulento em minha vida. Morando numa república, nunca havia ficado tanto tempo longe de casa, acabei me rendendo aos prazeres da noite, festas baladas e consequentemente álcool e drogas leves.
Neste período conheci um cara que se transformou num verdadeiro amigo, Misaque. À época, tanto ele como eu, desviados, acabamos fortalecendo um ao outro. Porém, por volta de 1990 retornamos, juntos, para a igreja, um recomeço na 1ª igreja Batista em Vila Velha, Pr. Donaldo. À direita um foto de um retiro que fizemos em Bicanga, 1990. Na foto ao lado, da esquerda para direita, Tonho, eu e Badú.
A foto foi tirada pelo próprio Misaque.

Em 90 ou 91, não me lembro precisamente, fui transferido para a filial do Ibes, lá pude conhecer aquele que viria a ser um dos meus melhores amigos, Alexandre. Eu pedi que gravassem o  nome do Sr. Baltazar, pois, Alexandre era nada mais nada menos que sobrinho de Baltazar, que por sua vez era irmão de Renato A. Novais. Vejam só os caminhos se acertando e Deus traçando novos rumos para a vida até então perdida que eu estava levando.

Eu e Alexandre construímos uma amizade verdadeira e sólida, dessas que nem o tempo destrói.Trabalhado no Íbes e morando em Vila Velha, ainda na república, eu e Alexandre éramos dois ''bom vivantes'', no sentido mais inocente dessa palavra. Saíamos à noite para curtir e aproveitar nossa linda juventude. Um belo dia Alexandre me convida para almoçar com ele em sua casa, chegando lá pude conhecer pessoas que marcariam a minha vida para sempre. Além da amizade preciosa de Alexandre, Deus me deu um pacote completo, conheci Margarida, Andrezza, Rebeca, Alice que já morava com eles e ''o cara'', Pr. Renato.
Esses convites para almoço se passaram a ficar mais e mais constantes, quando, num belo dia, o maluco do Alexandre me convida a morar em sua casa, na hora fiquei assustadíssimo, afinal, nos conhecíamos há pouquíssimo tempo e tinha também uma questão, será que a família dele estava a par dessa loucura...ele insistiu tanto que a situação precária em que eu estava vivendo morando numa república, e de repente estar de novo com uma família, num primeiro momento me pareceu uma excelente ideia, mesmo não sabendo da reação da família dele ao receber esta notícia.

Qual não foi minha surpresa quando fui recebido de braços abertos por aquela família. Adotei imediatamente a ''Gaida'' como  a minha mãezona e o Renatão como meu Paizão, Andrezza, Rebeca e claro, Alexandre, como meus manos. Agora percebam, saí da Bahia, conheci Baltazar, fiquei amigo de Alexandre  que era filho daquele que viria a ser o meu pastor. É muito louca essa história, às vezes me pego pensando nos projetos de Deus para nós, até quando não estamos com ele (Deus), em nossos planos, ainda assim ele nos ama e nos guarda.

Era óbvio que, morando com o Pr. Renato, era só uma questão de tempo para ele me ''enquadrar'' para tomar um posicionamento em minha vida espiritual. E não deu outra, aquele jeitinho dele de falar, sabendo que eu estava desviado, meio lá meio cá, me convenceu á visitar a então Congregação Ebenézer, no endereço, Rua das Mangas. Foi  ai, meus caros, que tive a minha primeira e singular impressão a respeito daquele cômodo retangular, naque endereço, Rua das Mangas.

Era um grupo fervoroso acalorado de aproximadamente 30 pessoas, uma turma animada que logo na sessão seguinte já me aceitou como membro, por aclamação.Pronto, assim começa minha história na Rua das Mangas.

Mais dessa história, no próximo capítulo.

Grande ósculo santo!!!